domingo, 13 de maio de 2012

tratores gigantes chegão ao brasil


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reportagens / mecanização

Pesos pesados no campo

Chegam ao Brasil tratores e implementos gigantes, capazes de substituir várias máquinas menores com economia de tempo, combustível e mão de obra

Tânia Rabello

Editora Globo
Da esq. p/ dir.: Massey Ferguson, Valtra, Case, New Holland e John Deere
Cada vez mais intensiva, a agricultura empresarial brasileira tem exigido eficiência do produtor na gestão do tempo para enfrentar duas, até três safras por ano. Some-se a isso a escassez e o encarecimento da mão de obra no campo e chega-se à fórmula que se torna uma tendência no país: a utilização de máquinas e implementos de altíssima performance. 

A indústria percebeu a demanda do campo e entra forte este ano na oferta de tratores e implementos gigantes, com maior capacidade de arrasto e transbordo, e a vantagem, por exemplo, de fazer o trabalho de vários tratores menores, em menos tempo, com economia de combustível e mão de obra. São máquinas cuja potência nominal varia de 340 a 560 cavalos-vapor (cv). 

Além da força extra de trabalho, uma característica comum a todos é o fato de serem importados. Embora a demanda seja crescente, dizem os fabricantes, ainda é inicial e não compensa montar uma linha de produção nacional específica para esse maquinário superlativo. Os fabricantes têm os números na ponta da língua para justificar a iniciativa de trazer para cá os grandes tratores. Na América do Sul – considerando-se que 70% dasvendas estão no Brasil –, o mercado de tratores acima de 180 cv passou de 5,6% para 9%, de 2007 para cá, informa o responsável pela área de tratores grandes para toda a América Latina da John Deere, Paulo Verdi. “Por trás dessa tendência está a profissionalização, também crescente, do agronegócio”, opina Verdi. 

Números da AGCO, que detém as marcas de tratores Valtra e Massey Ferguson, apontam crescimento de 161% no comércio de tratores acima de 200 cv entre 2009 e 2011. “No caso dos tratores acima de 300 cv, notamos um crescimento de 50% em um ano e meio”, diz o supervisor de marketing de produto tratores Valtra, Winston Quintas. 

A decisão da Case IH, detentora das marcas Case e New Holland, de trazer maquinário mais potente para o Brasil, também passou pela demanda. “Os agricultores estão utilizando plantadeiras e implementos cada vez maiores, o que requer tratores de alta potência”, diz o especialista em marketing de produto da New Holland, Marco Aurélio Cazarim. 

Os argumentos usados pelas montadoras fazem eco com o que pensa o produtor Valmor da Cunha, de Campo Novo do Parecis (MT). Ele cultiva 9.000 hectares de soja e 2.000 hectares de milho na mesma área. “Assim que colho a soja, já vou plantando o milho”, conta. Por isso, precisa de tratores de grande potência, para aumentar a rapidez da operação. “O rendimento também é maior, porque na época do plantio de milho estamos em pleno período de chuvas, o solo está barrento e um trator maior patina menos, permitindo que as máquinas trabalhem, chovendo ou não, além do fato de compactarem menos o solo.” Cunha vai trocar quatro tratores de 185 cv por dois de 340 cv. “Conforme as possibilidades, vou trocar toda a frota”, diz. Atualmente, ele possui 13 tratores de 185 cv. “O trabalho do operador vai ficar melhor, pois a cabine é extremamente confortável, além de o sistema de transmissão do motor também ser facilitado, o que aumenta o rendimento por área.” Ele lembra que, pegando em cheio a época da melhor chuva, a produtividade melhora. “O retorno vem rápido”, finaliza. 
 QUANDO VALE A PENA COMPRAR UM MEGATRATOR? 
O professor titular de máquinas e mecanização Kleber Pereira Lanças, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, diz que com 400 a 500 hectares já é possível pensar em adquirir um trator de alta potência. Porém, um dos principais obstáculos na operação desses tratores, diz, é a falta de operadores capacitados. 

1) Em propriedades pequenas, só compensa ter um supertrator se o produtor se associar a outros 

2) Se o produtor trabalha com várias culturas ao longo do ano, a compra compensa 

3) Solos mais arenosos, se bem adubados, acabam sendo mais vantajosos para introduzir tratores pesados 

4) Dependendo da largura máxima do modelo e da distância entre eixos, o trator não se adequa a determinados espaçamentos 

5) Áreas de relevo muito acidentado não comportam implementos de grande porte 

6) Importados, os tratores não podem ser adquiridos com crédito do Finame 

7) Antes de comprar, o produtor deve considerar o peso do trator com ou sem lastro e sua relação com a potência. O peso sem lastro tem de dar 50 quilos por cv para operações como pulverização, 55 quilos por cv para operações de cultivo e 60 quilos por cv para operações pesadas (como subsolagem)
 CABINES DE CINEMA 
As cabines das novas máquinas são uma atração à parte: vedadas, com ar-condicionado e pressurizadas, evitam que agrotóxicos e poeira penetrem em seu interior. Têm volantes reguláveis e assentos ergonômicos, adaptáveis não só à altura do operador, mas também ao peso. Esfriam ou aquecem conforme a preferência do tratorista. 

Outro item que já se nota nos assentos da cabine é a possibilidade de eles girarem alguns graus. No S353, da Valtra, o giro do assento é de 180 graus; nos tratores T9.560, da New Holland, e Steiger, da Case IH, é de 40 graus; no caso do 9560R, da John Deere, são 30 graus; e, no MF8690, da Massey, 20 graus. O modelo da Valtra S353 vem com um opcional, por meio do qual o trator pode ser operado de ré, com mais um volante e pedais na parte de trás da cabine – daí a necessidade do giro total do banco. 

Alavancas são coisa do passado: todas as funções principais têm teclas de atalho. 
Editora Globo
MASSEY FERGUSON >Modelo MF8690 País de origem FRANÇA 
Potência nominal 340 CV 
Potência máxima 370 CV 
Levante hidráulico (capacidade) 12.000 KG 
Raio de giro 7,4 A 8,4 METROS 
Transmissão DYNA-VT 
Ar-condicionado na cabine de série SIM 
Pressurização da cabine de série SIM 
Assento pneumático e e ajustável SIM 
Piloto automático SIM 
Vazão máx. da bomba hidráulica 175 LITROS/MIN. 
Peso mín. sem lastro/peso de embarque 10.300 KG 
Peso máximo com lastro 12.000 KG 
Tanque de combustível 620 LITROS 
Editora Globo
VALTRA>Modelo S353 País de origem FRANÇA 
Potência nominal 345 CV 
Potência máxima 375 CV 
Levante hidráulico (capacidade) 12.000 KG 
Raio de giro 7,4 A 8,4 M 
Transmissão VARIÁVEL AVT 
Ar-condicionado na cabine de série SIM 
Pressurização da cabine de série SIM 
Assento pneumático e ajustável SIM 
Piloto automático SIM 
Vazão máx. da bomba hidráulica 200 LITROS/MIN. 
Peso mín. sem lastro/peso de embarque 10.300 KG 
Peso máximo com lastro 12.000 kg 
Tanque de combustível 590 LITROS 
Editora Globo
CASE IH>Modelo STEIGER 550 País de origem ESTADOS UNIDOS 
Potência nominal 550 CV 
Potência máxima 614 CV 
Levante hidráulico (capacidade) 8.900 KG 
Raio de giro 5,7 M 
Transmissão 16/2 POWERSHIFIT PS6 
Ar-condicionado na cabine de série SIM 
Pressurização da cabine de série SIM 
Assento pneumático e e ajustável SIM 
Piloto automático SIM 
Vazão máx. da bomba hidráulica 428 LITROS/MIN. 
Peso mín. sem lastro/peso de embarque 19.979 KG 
Peso máximo com lastro 29.937 KG 
Tanque de combustível 1.760 LITROS 
Editora Globo
JOHN DEERE >Modelo 9560R País de origem ESTADOS UNIDOS 
Potência nominal 560 CV 
Potência máxima 616 CV 
Levante hidráulico (capacidade) OPCIONAL 
Raio de giro INDISPONÍVEL 
Transmissão FULL POWER SHIFT COM EFFICIENCY MANAGER 
Ar-condicionado na cabine de série SIM 
Pressurização da cabine de série SIM 
Assento pneumático e ajustável SIM 
Piloto automático SIM 
Vazão máx. da bomba hidráulica 295 LITROS/MIN. 
Peso mín. sem lastro/peso de embarque 18.144 KG 
Peso máximo com lastro 27.216 KG 
Tanque de combustível 1.325 LITROS 
Editora Globo
NEW HOLLAND>Modelo T9.560 País de origem ESTADOS UNIDOS 
Potência nominal 507 CV 
Potência máxima 557 CV 
Levante hidráulico (capacidade) 9.071 KG 
Raio de giro 4,9 M 
Transmissão ULTRACOMMAND FULL POWERSHIFT 
Ar-condicionado na cabine de série SIM 
Pressurização da cabine de série SIM 
Assento pneumático e ajustável SIM 
Piloto automático SIM 
Vazão máx. da bomba hidráulica 428 LITROS/MIN. 
Peso mín. sem lastro/peso de embarque 15.989 KG 
Peso máximo com lastro 22.453 KG 
Tanque de combustível 1.230 LITROS
 QUANTO VALE UM TRATORZÃO 
Acabine de um trator de alta potência, qualquer que seja sua marca, é a última palavra em tecnologia embarcada. Vários itens, que seriam acessórios ou impensáveis em potências menores, vêm de série nesses gigantes, dado o preço de venda que eles podem alcançar, além da maior exigência de conforto e maneabilidade para operar uma máquina de grande porte. Nenhum fabricante revela por quanto seus lançamentos estão sendo negociados. Mas, considerando-se o que diz o professor Kleber Pereira Lanças, da Unesp de Botucatu, de que cada cavalo de um trator de alta potência equivale a R$ 1.000, deduz-se que o preço das megamáquinas varia de R$ 340 mil a R$ 560 mil. 

O que pode ser uma importante variante nesse valor é a tecnologia embarcada, item de série nos tratores de alta potência. Piloto automático, por exemplo, é unanimidade. Todos eles também estão prontos para receber tecnologias ligadas à agricultura de precisão, como telemetria e aplicação de adubo por taxa variáve

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